O belo saturado

O padrão de beleza criado pela mídia ao longo dos anos tem distorcido a real essência do belo.
Fomos criados em uma sociedade repleta de ditaduras estéticas, e conceitos do perfeito em cima das massas.
Uma vez vi uma frase que dizia o seguinte:"Quem me vê toda de preto, carregada na maquiagem, mal sabe que no meu Ipod toca sertanejo."
Pode ser um exemplo um tanto quanto esdrúxulo, mas é cabível no contexto.
Desde quando usar roupas escuras te faz gótica, e usar rosa não te faz?
As tribos urbanas foram criadas através de movimentos expressivos de contracultura visando a liberdade e aceitação dos mesmos, mas foi a mídia que saturou tudo como se fossem caixinhas que precisam ser separadas em diferentes secções.
Meu cabelo colorido não faz de mim alguém revoltada buscando chamar atenção através da "esquisitice". Minhas tatuagens não são uma forma de me rebelar contra os engravatados cinzas dos escritórios.
O que quero dizer é que esses movimentos foram criados para quebrar padrões, e no final, acabaram sendo padronizados.
Alguém não fica mais bonito porque não tem alargador, e alguém não fica mais feio por ter o cabelo natural.
Os padrões impostos foram ditados por uma sociedade capitalista que visa uma única coisa: o dinheiro.
São vendidos modelos de roupas 38 para um país onde a maioria das mulheres usam 40/42.
O padrão é vendido e nós o consumimos em massa.
A busca pela estética perfeita tem se tornado uma doença tão preocupante que existem campanhas, projetos e alertas o tempo inteiro.
Há um tempo atrás publiquei um texto que falava sobre essa busca que mascara o natural e corrói pessoas em silêncio.
Outra coisa muito importante a destacar é o preconceito de julgar o outro pela aparência. 
Sei muito bem que somos seres atraídos pelos olhos, idealizamos alguém "perfeito", e vamos em busca do que é belo em um esteriótipo criado por nós mesmos. Mas, o problema se faz quando pré-julgamos em nossas mentes uma pessoa que mal conhecemos.
Fazemos uma pré-seleção e sem nem dizer uma palavra deduzimos que aquela pessoa é rebelde porque tem piercing e a outra é bem sucedida porque usa gravata.
Eu não excluo minha culpa de julgar um livro pela capa poque infelizmente isso faz parte da sociedade em que fomos criados.
Isso precisa ser quebrado!
Precisamos deixar de ser levianos e superfúlos e focar no que realmente importa: a beleza única de cada um.
"A beleza é relativa, não há como negar, mas essa relativização é profundamente ofuscada pela busca de uma essência ideal, um padrão de beleza."
O padrão destrói a unicidade dos indivíduos a cada dia, aquilo que te tornava luz em meio a toda escuridão, se vai porque se fez adepto ou adequado à imposição da mídia.
Por favor, não idealizem...
Não se coloquem em caixinhas.
Não se façam moldáveis e adequados ao lugar, às multidões, às coisas "normais" pelo medo de serem julgados pelo que são.
Há uma razão para existirem milhões de personalidades e uma diversidade enorme de pessoas no mundo.
Você é único e não vai ser nenhuma imposição da mídia que dirá o contrario.
Você é único, portanto não se compare.
Você é único...só precisa aprender a ver por si mesmo.

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ABOUT THE AUTHOR

Criadora do blog em 2014. A desastrada da família com coração grandão. Apertadora de bichanos em tempo integral. Vivendo na cidade grande, mas com o coração na calmaria de um pôr-do-sol. Aprecidadora de sons parisienses, jazz e cappuccinos no outono. ♥

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