As pessoas que eu admiro são loucas

Eu gosto de gente que se doa mesmo, sabe àquelas pessoas que transbordam só de falar? Àquelas que não ficam um segundo se quer com as mãos quietas, e os pés parados?
Então, eu gosto de gente assim.
De vida.
Acredito que, no fundinho do meu coração, sempre as admirei. As olhava com fervor de um dia me tornar uma delas, mas eu tinha medo. Medo de que se me mostrasse por inteira, o mundo tentaria encontrar todos os defeitos em mim e me devolvessem para fábrica, porque eu estava quebrada.
Então, eu fui me escondendo e saindo do feixe de luz que iluminava o teatro. Fui indo cada vez mais na direção das cortinas, até finalmente chegar nas coxias e fugir em direção às escadas de incêndio.
Virei mestre em observar as pessoas às escondidas, em admirá-las de escanteio e, de ter-las como exemplo.
Exemplo de tudo.
De vida.
De coragem.
De ousadia.
Essas pessoas que parecem ter tiques nervosos nos lábios de tanto que sorriem enquanto falam. Essas mesmas pessoas que não medem esforços para gritar quando vêem uma barata na rua. Ou ainda, essas pessoas que mal conhecem alguém e já sentem uma empatia tão grande que saem abraçando.
O mundo vai dizer que essas pessoas, que eu tanto sou vidrada, são loucas
Insanas. Malucas. Crianças. Com um parafuso a menos. Ou, pior, fora dos padrões.
Elas não se encaixam...
Não se misture.
Mas, eu digo mais: Eu digo para que sejamos mais como elas!
São elas que enchem o peito de orgulho quando cantam um trecho errado da música.
São elas que quando se declaram acabam com os olhos cheios de lágrimas.
São elas que sempre derrubam algo por onde passam e, continuam a derrubar porque continuam passando por aí.
São elas que parecem infantis quando recorrem ao pai quando estão doentes.
São elas que ficam irritadas e explodem com o sentimento.
São elas que não se importam de fazer o papel de ridículas.
São elas que vivem...
Como eu disse, é esse tipo de pessoa que explode, transborda, exala, derrama e espalha amor ao mundo.
O mesmo mundo que as acha desnecessárias.
O mesmo mundo que sente inveja por não ter a mínima capacidade de ser assim.
Verdadeiro.
E, puro de alma.

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ABOUT THE AUTHOR

Criadora do blog em 2014. A desastrada da família com coração grandão. Apertadora de bichanos em tempo integral. Vivendo na cidade grande, mas com o coração na calmaria de um pôr-do-sol. Aprecidadora de sons parisienses, jazz e cappuccinos no outono. ♥

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